(Imagem: Bosco Galvão / GECOM FIEPA)
A Associação dos Magistrados do Estado do Pará (AMEPA), recebe com profunda tristeza a notícia do falecimento do Desembargador Manoel de Christo Alves Filho, que nos deixou hoje, aos 92 anos, vítima de complicações causadas pelo novo coronavírus. Sábio e muito querido por seus colegas do judiciário paraense, Christo Alves era natural de Curuçá e chegou a exercer o cargo de presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) de 1995 a 1997.
O magistrado iniciou sua carreira no Poder Judiciário em 1951 e, desde então, passou pelos cargos de pretor do Interior do Quadro Único no 4º Termo Judiciário de Bujaru; juiz nas comarcas de Gurupá, São Miguel do Guamá e Santa Isabel e na 2ª Vara da Capital. Em 1971, foi empossado como Desembargador e em 1987 foi eleito vice-presidente do TJPA.
Sua história de mais de 50 anos de carreira o permitiu conhecer diversos municípios do Pará. Entre os feitos em seu legado, Christo Alves ajudou o Judiciário a criar 14 Comarcas e os Juizados Especiais. Seu maior ensinamento, contudo, foi o trato respeitoso e humanizado nas decisões judiciais e a valorização da educação e da liberdade. Lembranças boas e bem-humoradas certamente permanecerão na memória de colegas de trabalho, amigos e familiares.
O magistrado, mesmo aposentado, permaneceu ativo até os últimos dias. Em março de 2020, os capítulos de sua história foram registrados no livro “Recortes do Passado de um Juiz na Amazônia”, uma autobiografia prestigiada por escritores, autoridades e colegas de profissão no evento de lançamento. O livro está publicado sob o selo da Editora IEL.
A AMEPA lamenta esta perda irreparável e deseja força e ânimo a todos os enlutados pelo falecimento de Manoel de Christo Alves Filho, especialmente aos seus familiares.
Abaixo, confira a mensagem do Presidente da AMEPA, Adriano Seduvim:
“Hoje a magistratura paraense perde um dos seus maiores expoentes. Infelizmente, quando ingressei na magistratura, não o conheci mais na ativa. Mas sempre por onde andei, nos quatro cantos deste estado, ouvia algum magistrado ou servidor falando de forma terna e carinhosa sobre sua pessoa ou sobre sua competente administração quando exerceu a presidência de nosso Tribunal. E foi assim que o conheci, já na sala dos aposentados, onde sempre se fazia presente para encontrar com seus parceiros de magistratura, sempre querendo se manter atualizado e muito disposto a contar suas estórias para os mais novos que aquela sala adentrassem. E nesta sala escutei muitas, as quais demonstravam o grande julgador e ser humano que foi. Estórias essas que viraram livro, e na ocasião de seu recente lançamento tive a oportunidade de, em nome da AMEPA, fazer uma pequena homenagem. Dentre homenagens a sua pessoa, disse que seu livro, contando uma boa parte de sua vida no Judiciário, era um legado de extrema importância para a magistratura paraense, o qual ficaria gravado para sempre ente nós. Um verdadeiro tesouro deixado pelo desembargador Manoel de Christo Alves Filho, que nos fará sempre lembrar não só de seu trabalho, mas de seu respeito e amor pela magistratura paraense, a quem emprestou seu brilhante talento e capacidade de julgar.”