A prisão foi decretada pela Comarca de Breu Branco, com base em perícias e depoimentos. Seis mulheres já relataram ter sido vítimas do mesmo médico
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O ginecologista O. V. F., de 56 anos, teve a prisão preventiva decretada esta semana, após acusações de violação sexual mediante fraude contra pacientes. De acordo com a investigação policial, apresentada à Justiça pela delegada de Polícia Civil Luíza Moema Sarmento de Carvalho, o médico adotava procedimentos incompatíveis com o padrão de boas práticas de clínica médica.
Entre as posturas incomuns do acusado durante suas consultas, este costumava pedir que a paciente fechasse os olhos durante os exames, além de fazer perguntas voltadas à sexualidade, como “se a paciente sentia tesão” ou se “sentia vontade de ter relação sexual”. Além disso, diferente do que é o padrão nas consultas ginecológicas, o médico frequentemente ficava sozinho com as pacientes, sem a presença de uma auxiliar técnica, preferencialmente do sexo feminino, que pudesse atestar a lisura do procedimento.
No processo que corre na Comarca de Breu Branco, uma das vítimas narrou que, ao perceber toques e penetrações estranhas durante a consulta com o ginecologista O. V. F., levantou-se rapidamente da maca e visualizou o acusado com pênis exposto e calça com braguilhas abertas. Provas periciais corroboram o relato da vítima. Outro processo, em curso na Comarca de Itupiranga, apresenta relato semelhante de outra vítima contra o mesmo médico.
Para o juiz titular da Comarca de Breu Branco, Andrey Magalhães Barbosa, a prisão preventiva se justifica pelo risco potencial às pacientes, uma vez que o ginecologista trabalha em três hospitais nos municípios de Breu Branco, Tucuruí e Parauapebas. “Aproveitando da menor capacidade de resistência da vítima por ausência de conhecimento dos procedimentos médicos ginecológicos, e aproveitando-se do certo grau de confiança que seu status profissional lhe concede, [o médico] subverteu a conduta médica para os fins libidinosos espúrios, possuindo sexualmente suas vítimas mediante fraude. Pode-se, então, estar-se diante de um criminoso habitual na prática de delito sexual em relação a suas condutas médicas com suas pacientes”, relata o magistrado no texto da decisão.
Com a prisão do médico, outras quatro vítimas procuraram a Autoridade Policial para relatar abusos sofridos em procedimentos ginecológicos, os inquéritos policiais foram instaurados e posteriormente seguirão para conhecimento da justiça.